O INICIO DE UMA TRADIÇÃO NA FESTA DE SANTA CÂNDIDA
O INICIO DE UMA TRADIÇÃO NA FESTA DE SANTA CÂNDIDA
Por ocasião da festa da padroeira Santa Cândida já é tradição a fabricação e venda do kuke polonês. Tradição essa que se iniciou há muitos anos atrás quando o padre João Wislinski pediu a um grupo de meninas, que participavam do movimento Filhas de Maria, que organizasse um café para a festa. Philomena Kachel Schluga que nesse mês de junho de 2015 completa 85 anos lembra como tudo começou:
– Não sei bem a data, mas foi mais ou menos entre 1946 e 1948, numa das reuniões de Filhas de Maria da qual eu participava. Padre João Wislinski era nosso diretor e também participava das reuniões. Foi numa dessas reuniões que o padre Wislinski pediu para nós se daria para fazer um café para a festa da padroeira Santa Cândida, pois nesta data fazia e faz frio.
Num primeiro momento as meninas se negaram, pois não havia estrutura para fazer o café. No local onde se realizavam as festas só havia um pequeno chalé. Mas padre Wislinski não seu deu por vencido e persistiu frisando para todas que quando a gente quer de verdade a gente consegue, mas nós um grupo de seis meninas acreditávamos que não seria possível, era uma tarefa além das nossas forças.
Na época era tudo difícil, só existia fogão a lenha, e no chalé não tinha fogão, a data da festa estava próxima e não dava tempo de fazer o fogão e ainda não tinha louça nem bules. Então padre Wislinski sugeriu que falássemos com as freiras da escola para ver se elas emprestavam o fogão. Como as nossas irmãs sempre foram muito prestativas com a comunidade, aceitaram o pedido das meninas e cederam a cozinha.
Bom o café estava garantido, mas e o lanche? Então fomos falar com as senhoras caridosas que pertenciam a Associação de Mães Cristãs da Paróquia. E elas nos ajudaram muito. Uma fez os sonhos, outra fez roscas (um espécie de pão doce) e outra fez o kuke polonês, e nós meninas, colaboramos com os bolos e fizemos os sanduíches. E foi assim que surgiu o primeiro café colonial de Santa Cândida.
Mas de que maneira foi servido esse café?
– Bem, o café a gente ia buscar na escola das irmãs, onde uma das senhoras já estava fazendo e refazendo. Os bules e as xícaras foram emprestados. O café foi servido pela janela do chalé, pois não havia espaço para todos dentro do mesmo. Para ajudar a servir, uma menina com um bule na mão e outra com uma bandeja de xícaras serviam no meio do povo. Haviam muitas pessoas, pois todos prestigiavam as festas promovidas pela Igreja. Foi difícil, mas apesar de todas as dificuldades, tivemos êxito e o café foi um sucesso.
Com o resultado favorável da experiência, no próximo ano foi emendado ao pequeno chalé de madeira uma pequena cozinha com fogão a lenha. Nós nos organizamos melhor e as senhoras do movimento de Mães Cristãs nos deram mais apoio. A partir de então nunca mais faltou kuke polonês/polaco nas festas de Santa Cândida.
Os organizadores e colaboradores do primeiro café da festa de Santa Cândida foram:
– O padre João Wislinski,
– As Irmãs Franciscanas da Sagrada Família,
– As seis meninas que faziam parte do movimento – Filhas de Maria: Francisca Nadolny, Philomena Kachel, Gilda Ian, Silene Rudek, Valdívia Rudek e Astrogilda Voś.
– As senhoras Caridosas: Ana Voś Baudy, Julia Skora Baudy, Eliza Nadolny Ielen, Vitória Lyska.
Fonte:
Depoimento de Philomena Kachel Schluga.
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